segunda-feira, 23 de julho de 2012

Memória Política

Carlos Acelino
                                             
                                   Anos 30 – Adeus à Velha República


     Em 1930, Getúlio Vargas, advogado, deputado federal pelo Rio Grande do Sul em 1924, ministro da Fazenda do governo Washington Luís de 1926 a 1928, e governador do Rio Grande do Sul a partir de 1928, perdeu a eleição à Presidência da República para Júlio Prestes, candidato do Governo. Júlio Prestes, novamente um paulista na Presidência, eleito com 1.091.709 dos 1.890.524 votos apurados, não chegou a assumir. Getúlio, líder de um movimento armado da oposição, tornou-se Presidente do Brasil em caráter provisório, antes da posse do legítimo sucessor de Washington Luís. Com o assassinato de João Pessoa, candidato à vice-presidência com Getúlio, no Estado da Paraíba, a oposição, que já se assanhava na pregação de fraudes, e a influência dos currais eleitorais na eleição, uniu-se em torno de Getúlio Vargas, deflagrando o golpe. Personagens dessa insólita revolução: os jovens radicais Oswaldo Aranha e Lindolfo Collor, com os líderes descontentes da Aliança Liberal de Minas Gerais e da Paraíba, unidos aos patriarcas políticos do Rio Grande, Borges de Medeiros, e  Antônio Carlos, de Minas Gerais, os quais organizaram um quartel-general revolucionário, chefiado pelo Coronel Góes Monteiro, com data para marchar rumo ao Rio de Janeiro (Capital Federal): 03 de outubro. Forças rebeldes partindo do Sul, do Norte (Paraíba) e do oeste (Minas), chegaram ao Rio, enfraquecendo o Governo, tendo o Presidente se convencido a deixar o cargo, e abandonar o plano de empossar Júlio Prestes em novembro. Uma Junta Militar governou a Capital Federal até 03 de novembro, quando entregou o poder a Getúlio Vargas, líder incontestável do movimento de oposição. A 11 de novembro, Getúlio e seus ministros baixaram um decreto, que dava ao governo o direito de exercer os poderes executivo e legislativo. “até que uma Assembléia Constituinte eleita estabeleça a reorganização institucional do País”. Todas as entidades legislativas, desde o Congresso Nacional, até as Câmaras Municipais foram abolidas. Surgiram os cargos de interventores federais, a nível estadual. Os interventores recebiam plenos poderes executivos e legislativos e eram diretamente responsáveis perante o governo provisório no Rio. Em Santa Catarina foi nomeada uma Junta Governativa provisória, com Acastro Jorge de Campos, Otávio Valgas Neves e Henrique Melquíades Cavalcanti. Em 25.10.30, Getúlio nomeou Ptolomeu Assis Brasil Interventor Federal no Estado, após a fuga do governador eleito Fúlvio Aducci, que acabara de assumir. Em 24.02.32 foi publicado um novo Código Eleitoral seguido de um decreto de 15 de março, marcando a data de 03.05.33, para eleições à Assembléia Constituinte. A 09 de julho de 1932, São Paulo levantou-se em revolta armada, a chamada Revolução Constitucionalista, tendo a mesma sido esmagada. As eleições para a Assembléia Constituinte realizaram-se como o programado, tendo a mesma começado a deliberar em 15.11.33, e em julho de 1934 apresentou as bases legais para a nova ordem constitucional do Brasil. Nereu Ramos elegeu-se governador de Santa Catarina em 1934, e assumiu em 01.05.35. Com o Estado Novo, em novembro de 1937, foi deposto e nomeado Interventor Federal, no dia 26 de novembro, transferindo o poder ao Presidente da Assembléia Legislativa Altamiro Lobo Guimarães, em 20.06.38, e retornando novamente como Interventor em 05.07.38, cargo que manteve até 04.02.46